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Capacitação valoriza extrativistas e orienta para boas práticas da coleta da Castanha do Brasil

DSC01345  Extrativistas vinculados ao Projeto Sentinelas da Floresta (Coopavam/Fundo Amazônia), participaram entre os meses de abril e junho de treinamentos que visam as boas práticas de coleta de castanha do Brasil, com o intuito de manter a qualidade e reciclar conhecimentos.

O curso abordou as etapas da coleta, com os cuidados necessários à conservação da qualidade da castanha, tendo como grande diferencial a utilização do Manual produzido pelos próprios participantes do Projeto como suporte didático. O Manual traz textos produzidos nas oficinas com os indígenas de cada etnia, que foram acompanhadas pelos técnicos do Sentinelas da Floresta, e depois organizados pelo coordenador do Projeto e ilustrados com desenhos das crianças e professores indígenas, o que aproxima o conteúdo teórico à prática e ao cotidiano dos extrativistas.

Os cursos aconteceram nos municípios de Aripuanã- MT e Juara-MT, e perpassou por temas como Boas Práticas na Cadeia Produtiva da Castanha, com treinamentos sobre Secagem de Castanha com mesas de secagem e secador rotativo, cuidados para manter o selo orgânico Ecocert e sobre a Classificação de Castanha do Brasil para o mercado.DSC00870

Nesta última fase da capacitação, que envolveu a etnia Cinta larga, ocorreu também a doação do conjunto de equipamentos para a secagem da castanha e do barracão, instalados na cidade de Aripuanã, à associação Passapkareej, dos indígenas Cinta Larga, uma conquista que irá proporcionar uma maior produtividade e qualidade no armazenamento da castanha extraída por este grupo.

Esta estrutura faz parte de um conjunto de investimentos do Sentinelas da Floresta na terra indígena Cinta larga, que representou a instalação de nove barracões dentro da floresta, nos maiores castanhais, que estão mais distantes das aldeias, possibilitando a coleta em áreas maiores e que anteriormente eram pouco visitadas pelos extrativistas. Este conjunto representou a possibilidade de um aumento da produção, que, em 2016, alcançou mais de 100 toneladas de castanha naquela terra indígena.

DSC00869Os participantes também puderam entender como funciona a Certificação Orgânica e a importância dos produtos orgânicos para a saúde humana, a preservação da fauna, flora, além dos cuidados que se deve tomar para evitar a contaminação da castanha e as condicionantes impostas pela certificadora para poder emitir um certificado que garanta a qualidade do produto.

Além dos sete caciques Cinta larga, líderes da Associação Passapkareej, mulheres e jovens, participaram 68 extrativistas daquela etnia, que declararam grande interesse pelo treinamento e por todos os resultados que conquistaram para esta cadeia de valor durante o desenvolvimento do Projeto Sentinelas da Floresta. Para eles, o secador representa uma valorização há muito tempo sonhada, que significa um aumento de pelo menos 40% no preço final. Adicionado ao valor do certificado orgânico, praticamente não há concorrência em Mato Grosso para esta castanha.

Para Daiet Kaban, líder Cinta larga, o sonho atual é elaborar um plano de 20 anos para o desenvolvimento deste trabalho e com ele garantir a conservação da floresta e o futuro do seu povo. Diversos potenciais de produtos florestais não-madeireiros, ainda não explorados, podem ser aproveitados, garantindo geração de trabalho e renda, alimentos saudáveis para a comunidade, e mais qualidade de vida para o meu povo, acrescentou ele.

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