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Cultura alimentar aumenta faturamento de Empreendedores da floresta em Mato Grosso

DSC01438  A preocupação com hábitos alimentares e consequentemente por mais qualidade de vida, tem aumentado a busca por alimentos mais saudáveis nos últimos anos. Essa inquietação tem fomentado um nicho de empreendedorismo diferenciado, o da alimentação. Em Mato Grosso, podemos apontar uma iniciativa que faz sucesso nacionalmente – o Projeto Sentinelas da Floresta (realizado pela Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer com apoio do Fundo Amazônia), que se baseia na extração da Castanha e na comercialização do produto e seus derivados.

Com espírito empreendedor, as famílias envolvidas nesta iniciativa já conquistaram renda mensal suficiente para manter uma boa qualidade de vida. O segredo do sucesso é uma organizada estrutura de funcionamento, que envolve desde povos indígenas até assentados da região de Juruena, que, realizam a coleta dos produtos e vendem para a Coopavam. Na sede da Cooperativa, as castanhas ganham novos caminhos, através do beneficiamento em derivados, ou mesmo, para venda da castanha descascada.

A ideia é bastante rentável, pois, quando a safra inicia cada extrativista já tem em mente quanto pode lucrar com a coleta e a venda dos produtos, o que fomenta um arranjo produtivo de qualidade e que valoriza o sistema de vida de cada um deles, e não prejudica a floresta, pois, não existe o desmate das áreas de castanheiras, nem a derrubada de árvores. Outro ponto forte está relacionado ao significado cultural e alimentar desta amêndoa para os envolvidos no Projeto. No caso dos povos indígenas, a relação se mostra bastante forte. Além de ser fonte de alimentação fundamental deste povo, é também elemento importante no universo mítico, como é o caso dos Cinta Larga. Dessa forma, além de gerar renda, as castanheiras auxiliam na manutenção cultural, seja por meio da sobrevivência dos mitos, seja no próprio consumo por parte destes povos, que já faziam uso deste alimento há séculos.

Segundo Paulo Nunes, coordenador do Projeto Sentinelas da Floresta, anualmente a Coopavam injeta cerca de R$ 1 milhão na economia da região em benefícios diretos para seus parceiros e associados. ” Este valor potencializa a economia local com outros pequenos negócios (farmácias, açougues, supermercados, lojas, feiras livres”, explica ele. Nunes explica também que a cooperativa compra por ano, em torno de R$ 500 mil em castanha.Sentinelas da Floresta (273)Hoje, a Coopavam tem investido em diferentes espaços de venda, como as Feiras. Só neste mês de agosto, os produtos da Cooperativa estarão a disposição do público em diferentes pontos no Rio de Janeiro e em um evento internacional. No Rio de Janeiro, a Coopavam estará presente no Estande do Sebrae, montado no Barra Shopping, e no espaço do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDSA). Em setembro, será a vez do mercado internacional conhecer o produto, através da participação na Expoalimentaria, que será realizada de 28 a 30 de setembro, em Lima, no Peru. Os cuiabanos poderão adquirir os produtos da Cooperativa de 24 a 28 de Outubro de 2016, no Campus UFMT em Cuiabá – Mato Grosso, durante o X Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais. O segredo para esta agenda cheia? De acordo com o coordenador do Sentinelas da Floresta, Paulo Nunes, é a busca por oportunidades. A equipe Coopavam fica de olho nos editais, se inscreve e espera o resultado. Também tem sido convidada para participar destes eventos, justamente pelo potencial que tem apresentado em ampliar os negócios sustentáveis. Questionado sobre o benefício de estar nas Feiras e eventos, Nunes diz que são muitos. Das vendas até a exposição e apresentação do produto para investidores, o resultado é sempre positivo. “O maior benefício das feiras são os contatos com os empresários. Os maiores contratos de venda da Coopavam iniciaram nas reuniões com empresários, em feiras, há anos e muitos continuam até hoje”, finaliza ele.

 

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