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Extração de castanha do Brasil é aliada da manutenção cultural dos Cinta Larga

Às vésperas das celebrações de fim de ano, já podemos ver o aumento do consumo da castanha do Brasil nas ceias de natal e ano novo, como uma prática simbólica e típica desse período. Uma curiosidade que muitas pessoas não sabem, é que além de ser um alimento que está na mesa do brasileiro nesse período, a Castanha do Brasil também tem grande importância cultural para os indígenas Cinta Larga de Mato Grosso.

Envolvidos no Projeto Sentinelas da Floresta – coleta, beneficiamento e comercialização da Castanha do Brasil – os Cinta Larga encontram na extração da castanha novas formas de subsistência, mas também, a manutenção cultural, pois, a relação com a castanheira é profunda e reRIFhvngeCi4tnbexcjXaGoNj1GBgDxG9Xx7Qx8eUEiY,X_PsQrXlC6WqiM8QyRQEIIIEqJAoCLiGsq01EK_Utnc,-9IiindxPsJf1VywU9Ktvh9xRKrGEpps_E222Wv6k7wgida pelo respeito à árvore que produz esse fruto.

De acordo com a cosmologia deste povo, um dos clãs, o Mam, nasceu das sementes do ouriço da castanheira. Segundo Paulo Kaban Cinta larga e Kakoren Cinta larga, indígenas que traduziram as falas de anciãos Cinta Larga, “Deus” criou cinco clãs Cinta larga para ter gente no mundo, sendo que o clã Mam, surgiu de um sopro que Deus deu em um ouriço da castanheira e as pessoas dela saíram. Por este motivo, os cinta larga deste clã reverenciam a esta árvore em suas festas por considerarem-na como uma mãe.

Segundo Paulo Nunes, coordenador do Projeto Sentinelas da Floresta, mais uma vez, o manejo da Castanha se apresenta como um instrumento de vida importante, pois, além de ser uma atividade que propicia a conservação da floresta e de mitigação de mudanças climáticas, considera também um aspecto fundamental que é a cultura dos povos. “Não estamos fomentando neste Projeto atividades que apagam a memória dos povos e nem que são externas ao conhecimento tradicional, como extração de madeira e criação de gado, mas algo enraizado, e que deve ser preservado e incentivado”, explica ele.

O Projeto Sentinelas da Floresta visa fortalecer a cadeia da castanha do Brasil, desde a coleta até o beneficiamento e comercialização, aumentando a renda das comunidades extrativistas que vivem de produtos florestais não-madeireiros na região Noroeste de MT. Ele envolve 4 etnias indígenas (Apiaká, Caiaby, Munduruku e Cinta Larga), a COOPAVAM – Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer – e a AMCA – Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia, formadas por extrativistas do assentamento Vale do Amanhecer, numa iniciativa inédita que é apoiada pelo Fundo Amazônia.

onheça mais sobre o projeto no site: http://coopavam.org.br/

 

 

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