Associação Cinta Larga ganha terreno e ampliará armazenamento e secagem de Castanha em Mato Grosso
A Associação Indígena Passapkareej, do Povo Cinta Larga em Mato Grosso, tem motivos para comemorar e muito trabalho pela frente. Isso porque em dezembro de 2015 foi aprovado pelos Vereadores de Aripuanã um Projeto de Lei que autorizou a Prefeitura da cidade a conceder o direito de uso de um terreno para a instalação de um armazém para a secagem e armazenamento de castanha do Brasil.
Essa era uma grande necessidade dos Cinta Larga, já que, existe uma ampla concentração de castanhais dentro das terras indígenas deste povo, que vem comprovando que o trabalho com a castanha é mais rentável e sustentável que outras atividades antes desenvolvidas por eles.
Diante do grande volume de castanha coletada, os Cinta larga necessitavam de um espaço maior para armazenamento e que estivesse localizado na cidade, pois, isso facilitaria alguns aspectos para o beneficiamento do produto, como o acesso à energia trifásica, a utilização de um secador rotativo que é capaz de processar 2 a 3 mil quilos de castanha sem interrupção e principalmente eliminar os atravessadores.
Segundo Paulo Nunes, através das ações do Projeto Sentinelas da Floresta, que atua junto a Associação Indígena Passapkareej, foi firmado um contrato para esta safra 2015-2016, entre a Passapkareej e a Coopavam, onde os Cinta larga irão coletar 35 toneladas de castanha para comercializar e após a secagem, esta castanha poderá atingir o preço de R$ 5,00 por kg para a Passapkareej, 40 % mais do que os atravessadores conseguem pagar por esta matéria prima. Por ter sido certificada como orgânica, pela certificadora Ecocert Brasil, a castanha da Terra Indígena Cinta larga poderá alcançar um valor ainda maior que este no mercado nacional.
O imóvel cedido para a construção dos armazéns é patrimônio Municipal, localizado no Parque Industrial, setor urbano de Aripuanã e tem uma área de 1.000,00 m², sem nenhuma edificação. Ainda, segundo o Projeto de Lei, a utilização por parte da Associação terá o prazo de dez anos, podendo ser renovada.
Para iniciar o funcionamento, o Projeto Sentinelas da Floresta irá financiar a construção do barracão, onde os Cinta Larga, em breve, poderão realizar o trabalho de secagem a armazenamento da castanha. Segundo Paulo Nunes, a construção do Barracão deve levar cerca de 20 dias e o funcionamento será imediato, já que a safra de castanha já iniciou e agora é uma excelente oportunidade. O resultado deste investimento será uma valorização ainda maior ao trabalho que os Cinta Larga vem desenvolvendo de forma sustentável com a castanha.
Além dos aspectos positivos para os Cinta larga, o novo espaço representa também um resultado positivo para os objetivos do Projeto Sentinelas da Floresta, que visa fortalecer a cadeia da castanha do Brasil, desde a coleta até o beneficiamento e comercialização, aumentando a renda das comunidades extrativistas, que vivem de produtos florestais não-madeireiros na região Noroeste de MT, e desta forma, conservar a floresta.
O Projeto Sentinelas da Floresta é apoiado pelo Fundo Amazônia, e executado pela Coopavam, em parceria com uma Associação de Mulheres rurais e quatro Associações Indígenas. Parte da produção de castanha beneficiada é transformada em derivados como a farinha, biscoitos, barra de cereais, azeite, macarrão e amêndoas que são distribuídas em oito Municípios daquela região onde trabalham os Sentinelas da Floresta, através de um contrato de comercialização com a Conab, do Governo Federal.