Saiba como é feito o processamento da castanha do Brasil para o comércio
Confira a segunda reportagem da série ‘Castanha, vida na floresta’
Na segunda reportagem da série Castanha, vida na floresta, exibida no último sábado (26), o repórter Adriano Soares mostra como é a comercialização e o processamento da castanha do Brasil na agroindústria de uma cooperativa no município de Juruena, a aproximadamente 880 quilômetros de Cuiabá.
A castanheira de longe é gigante e se destaca na paisagem verde, dona de um fruto capaz de alimentar espécies nativas e que também tem mudado a realidade das famílias da floresta. “Essa parceria com a cooperativa trouxe melhoria de preço, trouxe uma rentabilidade melhor para a comunidade e fez também com que a associação fosse reconhecida mundialmente”, conta o presidente da associação, Edilson Krixi.
“Até pouco tempo atrás era um trabalho pouco valorizado. Existia uma rede de comerciantes que exploravam o trabalho das pessoas que vivem aqui, e a medida que elas se organizaram e se prepararam melhor, esse produto passou a ter um valor maior”, diz o engenheiro agrônomo, Paulo César.
Há centenas de anos a castanha do Brasil faz parte da alimentação dos indígenas. E o principal de tudo isso é valorizar a castanha, valorizando também a floresta mantendo ela de pé juntamente com a cultura dos povos indígenas. Somente na área indígena Apiaká e Kaiabi são comercializadas 160 toneladas por ano.
O caminhão que chega da floresta é descarregado, e o próximo passo é secar e selecionar as castanhas, uma parte vai direto para agroindústria, o excedente fica armazenado em outro barracão para que a cooperativa possa trabalhar na entresafra.
A castanha que chega das comunidades indígenas representa 90% da capacidade da agroindústria. O restante, os próprios moradores que integram a cooperativa fazem a coleta de uma área de 7200 hectares de floresta que ainda está de pé dentro do assentamento Vale do Amanhecer, no município de Juruena.
“O produto gerou renda para os moradores, então isso foi um incentivo muito grande. Ninguém esperava trabalhar com a castanha, e não tínhamos noção que teríamos uma demanda muito grande com ela”, conta Luzirene Lustosa, presidente da Coopavam.