COOPAVAM participará no mapeamento dos Castanhais nativos da Amazônia realizado pela EMBRAPA
Bela e imponente, a castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa) é uma das árvores-símbolo da Amazônia, e tem merecido atenção especial da pesquisa devido à sua importância social, ecológica e econômica. Com o objetivo de conhecer melhor diversos aspectos relacionados à castanheira e ao seu ambiente natural, um grupo de pesquisadores da EMBRAPA está iniciando um projeto audacioso, que pretende mapear e modelar a ocorrência de castanhais nativos da Amazônia brasileira, por meio de geotecnologias, e caracterizar as relações sociais e econômicas de sistemas de produção, a fim de contribuir para o fortalecimento da cadeia de valor da castanha-do-brasil.
O projeto de Mapeamento de Castanhais Nativos e Caracterização Socioambiental e Econômica de Sistema de Produção de Castanha-do-Brasil na Amazônia – MapCast integra o Arranjo de projetos da Embrapa intitulado “Tecnologias para o fortalecimento da cadeia de valor da castanha-do-brasil – TechCast”, que objetiva trabalhar aspectos ligados à conservação, manejo, comunicação e oportunidades de mercado, visando a melhoria na eficiência produtiva da castanha e o desenvolvimento social e econômico da Amazônia.
O MapCast contempla atividades em no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Mato Grosso. Atualmente não existe um mapa geral da ocorrência da castanheira na Amazônia brasileira e os estudos sobre a distribuição espacial dos castanhais podem ser cruciais para a definição de estratégias de manejo e conservação da espécie, com o uso de tecnologias digitais modernas, como sensores remotos de alta resolução e tecnologia de laser scanner. A pesquisa também vai estudar como o clima, solo, diversidade e topografia, dentre outros, podem influenciar a ocorrência e abundância das castanheiras e a produção de frutos.
Outro objetivo importante do MapCast é realizar a caracterização socioambiental e econômica de sistemas de produção da castanha-do-brasil. Para isso, os pesquisadores vão buscar conhecer melhor alguns dos atores que compõem a cadeia produtiva, colhendo informações importantes desde a produção até a comercialização do produto. Atualmente na Amazônia brasileira, mais de 55 mil pessoas têm seu sustento baseado no extrativismo da castanha, o que gera a necessidade de conhecimentos sobre os diferentes tipos de organização social das comunidades extrativistas e de suas relações com as áreas onde são coletadas as castanhas. Outra ação importante do projeto é definir quais são os principais fatores formadores do preço do produto nas regiões estudadas.
Com duração de 48 meses o MapCast envolve pesquisadores da Embrapa de Manaus-AM, de Sinop-MT, de Macapá-AP, de Rio Branco-AC, de Belém-PA e de Boa Vista-RR, além de outras instituições, como o ICMBIO, INPA, IDAM, UFAC, UFV, UNB e Universidade Federal do Amapá.
Os Municípios de Juruena, Juara e Aripuanã, no Mato Grosso, participarão do MapCast no âmbito das atividades desenvolvidas pela COOPAVAM e sua rede de parceiros das associações PASSAPKAREEJ, KAWAIWETÉ, AMCA, ACAIM e INSTITUTO MUNDURUKU, que executam o Projeto Sentinelas da Floresta, patrocinado pelo Fundo Amazônia e BNDES. Esta rede se tornou um dos maiores empreendimentos comunitários de produção de amêndoas e derivados de castanha do Brasil em Mato Grosso, atendendo no mercado institucional um grupo de 50 mil consumidores de oito municípios da região Noroeste, além de óleo e amêndoas para empresas de diversas regiões do país. Em parceria com a AMCA, as duas organizações juntas, transformam até 300 toneladas de castanha por ano, em óleo, farinha, barra de cereais, biscoitos e macarrão de castanha do Brasil.
Fonte: Assessoria