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Evento Socioambiental discute o destino do Rio Juruena

O II Festival Juruena Vivo foi realizado na cidade de Juína, nos dias 8 e 9 de outubro, promovido pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura e pela Rede Juruena Vivo, com apoio de diversos parceiros locais, trazendo importantes reflexões sobre o destino da sub-bacia do rio Juruena – ameaçada por atividades predatórias e a previsão da presença de projetos de hidrelétricas.

Em toda a bacia do Juruena vivem cerca de 500 mil pessoas. Há 38 assentamentos, 11 povos indígenas em 20 territórios tradicionais reconhecidos, além de uma rica biodiversidade que abrange muitas espécies endêmicas, especialmente nas cachoeiras, e áreas chamadas de hot spots, ou seja, importantíssimas para a conservação da natureza. Entretanto, além de ameaças concretas à região como a contaminação por agrotóxicos e o desmatamento, a bacia do Juruena tem pelo menos 102 projetos de hidrelétricas, entre as que já estão em funcionamento, em construção e outras que ainda não saíram do papel.

A Rede Juruena Vivo é formada por organizações da sociedade civil, agricultores familiares, indígenas, estudantes, acadêmicos, coletivos (associações comunitárias e fóruns de mobilização social), servidores públicos e empresas interessadas em alternativas para o desenvolvimento local considerando a integridade da bacia do rio Juruena e buscando contribuir com espaços de participação popular nas discussões sobre gestão ambiental e recursos hídricos.

Considerando a condição de que água e floresta são indissociáveis, os organizadores do  evento convidaram o Projeto Sentinelas da Floresta (PSF), que é executado pela Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) e apoiado pelo Fundo Amazônia para levar seus representantes. O PSF apóia uma rede de organizações envolvidas na cadeia de valor da castanha do Brasil, contemplando os povos indígenas Munduruku, Apiaká e Cayabi, e mulheres agricultoras da Amca, que vivem na bacia do rio Juruena e o povo indígena Cinta larga, que vive na bacia do rio Aripuanã.

Através desta rede de Instituições que participam do PSF são produzidos atualmente azeite, barras de cereais, biscoitos, farinha, óleo, macarrão, dentre outros produtos derivados de castanha do Brasil, que são elaborados pela Coopavam e pela Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (Amca) a partir da castanha produzida pelos povos indígenas e por agricultores familiares, e que serão comercializados durante o Festival em Juína.

Estes produtos já estão sendo comercializados através do Programa de Aquisição de Alimentos da Conab nos Municípios de Brasnorte, Juína, Castanheira, Juruena, Juara, Cotriguaçu, Colniza e Aripuanã, todos banhados por rios que formam a bacia do Juruena, gerando renda para estas comunidades e assegurando a fiscalização e gestão dos territórios durante a coleta que acontece entre os meses de dezembro a junho. Esta fiscalização ajuda na proteção dos grandes maciços florestais, principalmente aqueles localizados nos territórios indígenas e consequentemente, dos rios que atravessam estas áreas.

Em torno de 40 mil pessoas em escolas, hospitais, creches e outros espaços assistenciais recebem estes derivados de castanha do Brasil em áreas urbanas, rurais e em aldeias de nove etnias indígenas desta região. Considerada um alimento de importante características nutritivas a Castanha do Brasil possui nutrientes como ácidos graxos, vitaminas B e E, proteína, fibras, cálcio, fósforo e selênio, um mineral altamente antioxidante que garante longevidade.

Os representantes do PSF consideraram o Festival Juruena Vivo uma grande oportunidade de troca de experiências, de aproximação com outras comunidades de moradores da mesma bacia e de fortalecimento da luta pela conservação do rio Juruena.

 

Fonte: Assessoria

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