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Mato Grosso terá representatividade durante Feira Nacional da Agricultura Tradicional

DSCF3336Mato Grosso marcará presença na 2ª Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena – (FENATI), através da participação da Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer (Coopavam) neste evento que será realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, de 24 a 31 de outubro de 2015, na cidade de Palmas (TO).

Na FENATI, os participantes do Projeto Sentinelas da Floresta (PSF), executado pela Coopavam e apoiado pelo Fundo Amazônia, serão representados por lideranças dos povos indígenas Cayabi, Cinta larga e Munduruku, que comercializarão produtos gerados a partir da Castanha do Brasil e apresentarão os resultados que o extrativismo da Castanha tem trazido para mais de 300 famílias indígenas e de agricultores familiares de Mato Grosso.

Óleo, macarrão, farinha, biscoitos, azeite, barras de cereais, dentre outros produtos são elaborados pela Coopavam e Associação de Mulheres Cantinho da Amazônia (Amca) a partir da castanha produzida pelos povos indígenas Cinta larga, Apiaká, Cayabi e Munduruku, e por agricultores familiares que tem proporcionado a subsistência para os envolvidos no PSF.

O trabalho tem dado tão certo que na Safra 2014-2015, o PSF conseguiu apoiar 4 organizações indígenas (Instituto Munduruku e as Associações Kawaiweté, Passapkareej e Acaim) na comercialização de 130 toneladas de castanha in natura, gerando uma arrecadação de R$ 390 mil reais (com a castanha sendo negociada na floresta a R$ 3,00 por kg).

Além do apoio na comercialização, o PSF ofereceu ajuda às organizações com combustível para transporte dos extrativistas e da castanha, insumos, ferramentas, melhor logística com novos veículos (3 tratores com carretas, 3 voadeiras com motores, 3 caminhonetes e 3 motocicletas), 16 barracões construídos perto dos castanhais nas comunidades com capacidade total de armazenamento de 1.000 toneladas por safra, que estão disponíveis para o uso desta rede de organizações.

Esses números encheram os olhos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que no mês de maio de 2015 realizou uma chamada pública nacional, onde a Coopavam foi selecionada entre os empreendimentos inscritos, como um dos 15 participantes da Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena, o que tem animado seus representantes em mostrar o potencial do estado no que diz respeito a ações de sustentabilidade, preservação do meio ambiente e da cultura dos povos tradicionais, já que levará na mala uma rica experiência com etnodesenvolvimento.

 

 

Etnodesenvolvimento: Autonomia, preservação ambiental e alimentos de qualidade  

Ao realizar a Feira, o Ministério do Desenvolvimento Agrário pretende promover e estimular a autonomia e autodeterminação dos povos indígenas, o consumo de produtos saudáveis e sustentáveis, além de valorizar o conhecimento tradicional, o que também é objetivo da Coopavam e da Amca, que ambicionam ampliar as ações e fazer com que elas se mantenham em longo prazo, gerando dignidade e renda para as famílias envolvidas e levando aos consumidores produtos de qualidade nutricional.

Já as propriedades nutritivas da Castanha do Brasil, sabe-se que ela possui nutrientes como ácidos graxos, vitaminas B e E, proteína, fibras, cálcio, fósforo e selênio, um mineral altamente antioxidante que garante longevidade (segundo um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, a ingestão diária de duas castanhas eleva em 65% o teor de Selênio no sangue. A recomendação é de que um adulto consuma, no mínimo, 55 microgramas por dia).

Informações sobre o Projeto Sentinelas da Floresta:

O PSF é uma experiência que nasceu de um sonho de indígenas e agricultores unidos na luta contra a destruição da floresta Amazônica. O objetivo principal é valorizar a floresta a partir da ampliação de um trabalho que já acontecia em pequena escala, fortalecendo a cadeia de valor da castanha do Brasil, desde a coleta até o beneficiamento e a comercialização, aumentando a renda das comunidades extrativistas que vivem de produtos florestais não-madeireiros na região Noroeste de Mato Grosso.

No desenvolvimento do PSF estão sendo desenvolvidas ações de: (i) ampliação e aprimoramento da coleta de castanha-do-brasil nas comunidades indígenas; (ii) construção de barracões e mesas de secagem da castanha nas comunidades; (iii) aumento da capacidade de aquisição de castanha in natura pela COOPAVAM; (iv) aquisição de caminhão, caminhonetes, motocicletas, tratores e lanchas para coleta e distribuição da castanha e seus derivados; (v) ampliação e modernização das unidades de beneficiamento da COOPAVAM e da AMCA e (vi) capacitação técnica e gerencial dos indígenas e extrativistas envolvidos no projeto, com estímulo a sua integração e fortalecimento.

Mais informações sobre o PSF podem ser observadas no site www.coopavam.org.br.

Fonte: Oráculo Comunicação, Educação e Cultura

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